Você já imaginou se as pessoas, que atuam no serviço publico, pudessem fazer uma pausa para refletir sobre a consciência da sua missão no seu espaço de trabalho e as conseqüências disso na sua vida e na vida do outro? Afinal de contas, o que justifica o trabalho é o dinheiro, o salário a receber ou a oportunidade que se tem para a construção do ser humano, do ser que trabalha e do ser que depende do seu trabalho?
Pensando nesta realidade, a Secretaria Municipal de Assistência Social realizou no dia 13 de janeiro de 2011 um importante momento de reflexão sobre a humanização no serviço público. Nesta hora em que a maioria das pessoas tira férias, os funcionários da Semas estão sendo convocados para uma pausa coletiva, pouco mais de uma hora para pensar e refletir sobre a ação de cada um no trabalho diário.
Para quem trabalha no serviço publico, é fácil perceber quando alguém que chega precisa apenas de um pouco de atenção. Nesse momento, a solução pode estar na sensibilidade do servidor publico ao ouvir e indicar o caminho. Nas vezes em que o problema é urgente, aí o que vale mesmo é agir de todas as formas possíveis para buscar uma solução.
Injustificável é omitir. A omissão, em qualquer área traz graves conseqüências. Na área social a omissão é um dos piores crimes, pois contribui para aumentar a violência e a criminalidade. Sempre digo que a omissão na proteção de crianças e adolescentes, por exemplo, pode ter como conseqüência a existência do menor infrator. O menor desprotegido, mal acolhido fatalmente se torna um menor agressor e, quando adulto, o marginal. Daí a importância da ação preventiva, daí a importância do trabalho sério e comprometido do servidor publico. A humanização no serviço publico implica na atuação profissional que impede qualquer ato de omissão.
Difícil mesmo, no serviço publico, é quando a burocracia emperra tudo. Ai, fazer o quê? É preciso cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, a licitação número tal e a demora é fatal! E quanta demora! Ministério Publico de olho e Judiciário atento. No Legislativo eis a questão: ser ou não ser oposição. Em cada lugar, em cada espaço de poder, cada um que trabalha é um servidor publico e não pode se esquecer que acima da autoridade está o servir. Aí cabe a responsabilidade de agir coletivamente, em sintonia buscando construir a grande obra que é o ser humano.
Gosto quando vejo os bons resultados de um trabalho humanizador. Como é bom sentir o brilho nos olhos, o sorriso no rosto de quem atende e de quem é atendido. E aí eu fico com a mensagem de Charles Chaplin no “Ultimo Discurso”: “Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu oficio. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar, se possível, judeus, o gentio, negros, brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo, não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros. Nesse mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos...Lutemos por um mundo novo...um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice”.
Nossa luta por um mundo novo acontece no dia a dia, lembrando sempre o recado de Chaplin de que não somos máquinas, mas somos pessoas, com sentimento, alma e coração. A humanização das ações no trabalho, na família e na sociedade é o que dá sentido à nossa existência.
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