terça-feira, 1 de março de 2011

Pacto Social


O portal “Passos News” de 27/02 trás uma matéria que exige a atenção de todos nós. A matéria mostra que no intervalo de uma semana foram registrados três casos de homicídios e um suicídio consumado em Passos. A cada mês, as estatísticas criminais aumentam e a violência alcança níveis assustadores.
    
Se no passado outros foram omissos, se não cuidaram das questões sociais, da segurança, do abuso de álcool e drogas é evidente que nós estamos colhendo os amargos frutos da irresponsabilidade. Mas também não adianta ficar dizendo que a violência é um problema de segurança publica, da policia, da justiça ou da ausência de ações políticas dos nossos governantes.   Poder Publico e sociedade tem sua parcela de responsabilidade. 
       
O fato é que não podemos ficar calados, inertes, acomodados ou pessimistas com essa situação. Nós, representantes dos Poderes Públicos e sociedade não podemos mais adiar a adoção de ações coletivas para amenizar o problema, pois somos co-responsáveis quando cometemos o grave crime da omissão. Diante dessa realidade, estamos propondo a realização de um “Pacto Social” onde os Poderes Públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), o Ministério Publico, as representações dos setores organizados da sociedade: educação, indústria e comercio, saúde, as igrejas e todos os segmentos possam participar juntos na busca de soluções. 
       
É evidente que, entre as ações para diminuir a violência em Passos, é urgente e necessário combater de forma mais ostensiva o uso indiscriminado de álcool e outras drogas. A idéia do “Pacto Social” propõe, por exemplo, que os setores da educação, saúde e assistência social se reúnam para apresentar propostas de ação coletiva para a questão da prevenção e combate às drogas. Por outro lado, os órgãos de segurança, as policias civil e militar também deverão planejar junto as suas ações. 
        
Na questão do combate e prevenção às drogas, as igrejas, de todas as denominações e credos, têm poder incalculável de mobilização e ação que pode garantir resultados significativos. Se, refletirmos bem, cada pessoa, em cada localidade, seja no trabalho, na rua, na igreja ou no próprio lar pode pensar e trazer algo positivo para contribuir. 
Mas no “Pacto Social” a maior ação será sem dúvida a promoção da cultura da paz. Um especialista em cultura e paz disse que se a sociedade se mobilizasse em busca da paz do mesmo modo que se mobiliza para a guerra, seria facílimo extinguir a violência humana. 
       
Outro dia, no lançamento do inicio das obras da reforma do Mercado Municipal de Passos, falei que o mais importante não é a obra em si, mas a sua destinação voltada para a geração de trabalho e renda através do Centro de Economia Solidária. Pode até parecer que isso nada tenha a ver com a violência, mas tem. Quando a sociedade souber partilhar os espaços coletivos e distribuir bens e riquezas de maneira justa, teremos mais paz e menos violência. Naquele dia, pude lembrar a mensagem do maior especialista em cultura de paz que já conheci: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude”. 
         
Os casos de homicídio, o abuso de álcool e droga, a exclusão social que acontece em Passos trazem a péssima noticia da morte. A proposta do “Pacto Social” pretende trazer à tona a Boa Nova do Cristo, promovendo a paz e combatendo a violência.