terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pra terminar 2010



Natal 2010. Joguei fora a vaidade, botei uma dessas roupas de Papai Noel e saí, com o amigo Chiquinho, distribuindo presentes. Como é bonito sentir a alegria das crianças ao ver o “Bom Velhinho”. Era menino saindo correndo das casas, fazendo os pais pararem o carro só pra ver de perto o velho de barbas brancas. Sorrisos sinceros, quantos abraços apertados! De repente, uma senhora pergunta se fazíamos entrega no dia de Natal.  
   
Respondi que não, que aquele passeio na véspera era só uma brincadeira. Chiquinho, na sua natural solidariedade, perguntou onde era. E já estávamos com o primeiro endereço de entrega para a Noite de Natal. Numa esquina do bairro Santa Luzia, duas meninas entregaram suas cartinhas: “Papai Noel, meu sonho é ganhar uma linda boneca”. Durante três horas, andamos pelos bairros, visitando crianças e amigos num gostoso clima de festa.
    
Chega o Dia de Natal. Durante a tarde acompanhei Abelardo, na Associação dos Moradores do Jardim Canadá e Itália, na entrega dos presentes. Eram crianças e presentes que não acabavam mais. Carro som na frente, Luiz Barbara, levava Luciano como Papai Noel. Que festa!
     
À noite, tempo de cumprir os compromissos. Desta vez, minhas filhas me acompanharam nas visitas. A criançada corria, puxava a barba pra ver se era verdade. Visitamos Leidhy, que acolhe em seu lar seis crianças vitimas de abandono. Na rua era o alvoroço da meninada. Em cada porta uma criança, uma paradinha do Papai Noel. Bati à porta da residência de uma idosa amiga, que sem entender o que se passava, me  abraçava dizendo: “Pelo menos alguém se lembrou de mim”. E no abraço carinhoso sentia-lhe as lágrimas descendo. Na casa do lado, as crianças saiam correndo, na casa da esquina, uma menininha, bem pequeninha, se mandou pra debaixo da cama. Chegamos à casa dos pedidos de boneca. Aí um problema: recebemos apenas duas cartinhas, mas na varanda da casa eram muito mais crianças. Enquanto chamamos as duas pelo nome, o restante escrevia mais cartas. “Corre que dá certo!”
      
Um pouco mais à noite, Chiquinho recebia uma família carente para cear em sua casa, e Ednardo foi o ajudante nas entregas. Tínhamos que cumprir mais compromissos firmados na noite anterior. Horário combinado, presentes na mão, a porta se abre, olhinhos brilhantes, a garotinha diz, num lindo sorriso: “É Papai Noel!” E de repente estávamos ali fazendo parte da festa de uma família que nunca tínhamos visto antes. Depois, o telefone toca e era outra encomenda. Desta vez, um garotinho que fez a festa.       
        
Tive que sentar com ele e brincar. No mundo daquelas crianças tudo era verdade, era paz, sinceridade. No dia seguinte fiquei surpreso. Aqueles olhinhos puros, a inocência e alegria de cada criança, a lágrima do idoso, tantos sentimentos bons inundaram minha alma e permaneceram comigo. Esse era o meu precioso presente, verdadeira lição pra que eu pudesse aprender o sentido do Natal.
      
E o aniversário de Jesus tinha que ser coroado. À noite fui com Susana, minha esposa, no culto dominical da Primeira Igreja Presbiteriana de Passos. Gosto de ir aos cultos ali, pois, mais que orações, sinto a presença do Cristo em cada música, em cada mensagem, no jeito diferente de falar com Ele que aquela comunidade tem. Desta vez, foi um verdadeiro espetáculo artístico de música, dança e teatro. “Picadeiro”, espetáculo apresentado pela “Cia das Artes” levava a mensagem de Jesus, o grande presente de Deus, que veio ao mundo para que todos nós tenhamos vida, sejamos iguais, sem discriminação, sem ódio, sem preconceito. 


Vem aí o réveillon! Vou vestir de coragem para transformar estruturas e ter como ajudantes a fé, o amor, a esperança, pra ser criança de novo e com pureza, alegria e sinceridade tornar o ano realmente novo.

    

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