Muita gente ainda não conseguiu perceber, outros ouviram falar e não se importaram, muitos até pensam que é fácil falar, mas acham muito difícil executar, colocar em prática.Há os que dizem que é coisa de igreja progressista, outros falam que é coisa de comunista.
Há os que acreditam na proposta e abraçam. São aqueles que se opõe ao individualismo e a competição desenfreada e insistem em valorizar os princípios da coletividade, transparência e solidariedade. Essa gente não se entrega nunca e faz acontecer a economia solidária.
Paul Singer diz a “a economia solidária é uma utopia, é um sonho que nós temos sonhado há duzentos anos, é uma idéia de uma sociedade de iguais. Há duzentos anos pelo menos, grandes intelectuais, filósofos, empresários e lideranças populares viveram e morrem para uma sociedade de iguais, democrática no sentido de os direitos de todos serem iguais, mas que haja igualdade econômica, igualdade social. A proposta da economia solidária é aplicar isso à economia”.
"Eu tenho um sonho..de que um dia minhas quatro crianças pequenas viverão numa nação onde eles não serão julgados pela cor da sua pele mas pela essência do seu caráter.", discursava Martin Luther King. Naquele momento, o que estava em jogo, na luta entre o Norte anti-escravista e o Sul escravagista, era a possibilidade, ou não, de uma sociedade estabelecida nos princípios da igualdade poder sobreviver na terra. Era a economia solidária aplicada à vida.
A economia solidária é representada por um conjunto de iniciativas inspiradas em valores humanos que coloca o ser humano como sujeito no processo da vida e da atividade econômica, em vez da acumulação de capital. Isso pressupõe mudanças importantes no mundo do trabalho, incentivando a igualdade, a democracia, a cooperação a solidariedade e a qualidade nas relações no trabalho. Compreende uma grande diversidade de práticas econômicas e sociais - de produção, distribuição, finanças, trocas, comércio, consumo, poupança e crédito - organizadas sob a forma de autogestão.
No mundo em que vivemos milhares de pessoas procuram garantir a sua sobrevivência através do trabalho coletivo, sem destruir a natureza, sem o excessivo consumismo. No campo ou na cidade eles fazem a economia solidária. Na minha cidade, um grupo de catadores de materiais recicláveis se uniu e criou a Cocares, associação dos catadores. Artesãos, agricultores, apicultores, costureiras, cada grupo em sua categoria vai se juntando para fazer algo novo e diferente. Minas Gerais prepara em dezembro deste ano, a realização de 10 feiras regionais de economia solidária. No pais, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária articula o grande movimento que se constitui como alternativa ao desemprego gerando renda e cidadania.
Nos dias 10,11 e 12 de dezembro, em Passos, a Praça Geraldo da Silva Maia, popular Praça do Rosário, vai se transformar na 4ª Feira Sul Mineira de Economia Solidária. Essa gente que sonha e faz o sonho acontecer, gente que muitas vezes fica esquecida pelos cantos, nos bairros, sem oportunidade. Essa gente vai mostrar o que faz e se capacitar para fazer melhor. O local da Feira foi escolhido por eles mesmos, pelos artesãos, pelos economistas solidários. Novos projetos, novas experiências, novas oportunidades, algo de novo e diferente vai acontecer. Uma nova semente será lançada e, cultivada com solidariedade, vai crescer, gerar novas consciências.
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